O filme A Casa da Árvore, do diretor brasileiro Flávio Ermírio, é indicado a dois prêmios nos Estados Unidos na categoria de melhor filme. Contando com um orçamento muito abaixo do comum e estimado em 40 mil dólares, o longa será exibido na 11° edição do Chelsea Film Festival no dia 15 de outubro em Nova Iorque (neste caso, a única produção brasileira na lista) e concorre a melhor longa metragem no Los Angeles Brazilian Film Festival (LABRFF) nos dias 23 a 26 de outubro, no Culver Theater, no centro da capital californiana.
Atraindo a atenção dos críticos, o filme apresenta a história de Dora, uma bióloga que mora sozinha em uma casa isolada onde realiza uma pesquisa eticamente questionável. Procurando um parceiro em quem possa confiar, ela contrata um novo caseiro, Mateus, sem imaginar que ele também esconde seus próprios segredos. Aos poucos, os dois se aproximam e Mateus finalmente descobre mais sobre a pesquisa de Dora, forçando-o a tomar uma decisão.
A ideia do projeto teve início durante a pandemia. Após uma estreia de teatro ter sido cancelada em março de 2020 pela Covid-19, o sentimento de frustração inspirou Flávio a contatar outros colegas com a ambição de produzir um novo filme. Foi então que, no início de 2021, os atores Pedro Bosnich e Cris Wersom afirmaram ter uma ideia de roteiro de suspense encaminhada, depois de terem trabalhado juntos em uma peça produzida por Flávio chamada O Bosque Soturno, do dramaturgo americano Neil Labute. O diretor ficou responsável por encontrar a locação do projeto e convidar a equipe, e Bosnich e Cris pela idealização da história. Foi quando chamaram Franz Keppler, premiado dramaturgo paulista, para escrever o roteiro do filme. Com um baixo orçamento de 40 mil dólares, o filme começou a ser gravado em julho do mesmo ano. Após as edições finais serem feitas durante o ano de 2022, o longa passou então a ser inscrito em festivais estrangeiros, onde já ganhou oito prêmios, além das seleções oficiais no Seattle Latino Film Festival, Chelsea Film Festival e o Los Angeles Brazilian Film Festival.
Flávio, o único diretor brasileiro com um filme na programação do Chelsea, destacou a importância dessa participação: “O Chelsea é um festival incrível em Nova Iorque, um dos mais importantes da cidade, um festival muito legal para cineastas de primeiro e segundo filmes, cineastas estreantes em longas metragens.”
O diretor também é o mais jovem do LABRFF e apontou que ter seu nome indicado junto a outros diretores que admira é uma realização de todo o esforço na produção do filme: “É a uma espécie de retrospectiva dos melhores filmes brasileiros do ano, uma homenagem ao que há de melhor do cinema nacional na temporada. Os maiores filmes, produtoras, diretores e diretoras estão lá. Todos que admiro estão lá. Para mim, quando eu me vi junto com aqueles outros realizadores, pensei: agora tenho certeza de que todo esforço valeu a pena”.
Depois de rodar por diferentes países, o filme será lançado no Brasil e América Latina em 2024 com distribuição da A2 Filmes.